domingo, 31 de maio de 2009

Corpo de Rosa Luxemburgo pode ter sido encontrado





“A escolha hoje não é entre democracia e ditadura. A questão que a história colocou na agenda é: democracia burguesa ou democracia socialista, pois a ditadura do
proletariado é democracia em um sentido socialista do termo."
Rosa Luxemburgo



Corpo em porão pode ser de Rosa Luxemburgo, diz legista alemão

Um cadáver guardado por décadas no porão do hospital universitário Charité, uma das mais importantes instituições científicas da Alemanha, pode ser o da famosa revolucionária Rosa Luxemburgo, segundo o diretor do departamento de medicina legal da instituição, Michael Tsokos.
"Há semelhanças espantosas com Rosa Luxemburgo", disse o especialista, após exames minuciosos feitos no corpo.
O torso de mulher, sem cabeça, mãos e pés, foi submetido a diversos exames, incluindo tomografia computadorizada. "A mulher sofria de artrose e tinha pernas de comprimentos diferentes, exatamente como Rosa Luxemburgo", acrescentou.
De acordo com resultado de análises laboratoriais para determinar a idade, a morta tinha entre 40 e 50 anos. Luxemburgo tinha 48 anos quando morreu.
Pés e mãos
Para Tsokos, a falta de pés, mãos e cabeça seria resultado dos arames de aço que foram amarrados com pesos nos pulsos, tornozelos e no pescoço para que o corpo não retornasse à superfície.
O especialista diz que acredita ser possível que os fios metálicos e a correnteza da água tenham provocado a separação dos membros.
Deputados da oposição, líderes do partido de esquerda Die Linke (A Esquerda), reivindicaram nesta sexta-feira a intervenção do governo federal alemão para que o mistério seja esclarecido rapidamente. A revolucionária é padroeira da agremiação.
A militante marxista foi assassinada com um tiro na cabeça em janeiro de 1919, após ser sequestrada e espancada por membros de uma organização paramilitar, a mando do governo social-democrata alemão. Depois, o corpo foi jogado em um canal fluvial de Berlim.
Um corpo encontrado no canal no dia 31 de maio de 1919 foi enterrado como sendo o de Rosa Luxemburgo.


DNA
O médico legista diz crer, com base na análise do relatório da autópsia realizada na época, que o corpo enterrado como sendo o da revolucionária pertencia a uma outra mulher, provavelmente alguém que se suicidou no mesmo canal.
Nas anotações, os legistas da época não atestam uma diferença no tamanho das pernas do cadáver, nem outras características físicas peculiares a Rosa Luxemburgo.
Ela apresentava uma deformação na coluna, que fazia com que andasse mancando. A cabeça da autopsiada também não apresentava marcas de tiro. O túmulo de Luxemburgo se encontra vazio, depois de ter sido saqueado pelos nazistas em 1935.
"Sob a pressão dos militares, que tinham pressa em resolver o caso, os médicos emitiram o atestado usando uma outra morta afogada", avalia Tsokos.
Ele reconhece, no entanto, que só poderá ter a prova definitiva por meio de exames de DNA. "Só assim poderemos ter uma identificação inequívoca", afirma.
Tsokos espera poder comparar o material genético com mostras retiradas de uma sobrinha de Luxemburgo, que viveria em Varsóvia, para comprovar a identidade do corpo.
Murat Cakir, o porta-voz da Fundação Rosa Luxemburgo, da Alemanha ,espera que o mistério seja resolvido o quanto antes, e, se a suspeita for confirmada, que o corpo da revolucionária possa finalmente descansar em paz.
Todo caso, ele acredita que qualquer fato novo que possa surgir não mudará o legado de Rosa Luxemburgo, uma pensadora à frente de seu tempo.





Para ler Rosa Luxemburgo, o Blog Na Práxis sugere uma olhada na sessão dedicada à flor mais vermelha do socialismo no Marxists Internet Archive.
Alguns textos:


Abaixo, cenas, legendadas em português, do Filme Die Geduld der Rosa Luxemburg, de 1986.











Postagem construída com informações de BBC Brasil (que preguiçosamente omitiu algumas coisas da matéria original em inglês, como a declaração de Murat Cakir, por exemplo, me obrigando a fazer uma tradução livre),Insrolux e imagens do Blog Imagens do Meu Mundo.

sábado, 30 de maio de 2009

V Convenção Gaúcha de Solidariedade a Cuba - Neste Domingo!



De maneira original a Associação Cultural José Marti/RS realiza, a partir das 10h30, do próximo dia 31 de maio (domingo), a sua V Convenção Gaúcha de Solidariedade a Cuba, na Usina do Gasômetro. A programação será variada durante todo o domingo e, segundo o presidente da José Marti/RS, Ricardo Haesbaert “deverá envolver adultos, adolescentes e crianças”. Para Haesbaert “o evento conta com a participação de artistas, pesquisadores, apoiadores e militantes, que na sua essência lutam por um objetivo comum: prestar solidariedade na defesa da soberania do povo cubano”. As atividades iniciam às 11h, com uma aula pública sobre "Os 50 Anos da Revolução Cubana”, ministrada pela socióloga e professora da PUC/RS, Ruth Inácio. Outra atração é a apresentação de músicas Latino-americanas, às 12 horas, com o cantor e compositor Zé Martins e o Grupo Tempero Verde. Já a partir das 13 horas inicia o show de Ricardo Pacheco, Marcelo Cará e Sucaterê, interpretando Música Popular Brasileira – MPB. Após, às 14h, o cubano Arnel Hechavaria e a Companhia Brincantes Paralelo 30 desenvolvem a Oficina de Salsa - Dança Caribenha, seguida. da peça teatral "O Amargo Santo da Purificação", às 15h, com o grupo Terreira da Tribo. As 16h30 Nancy Araujo, Eduardo Solari, Leonardo Ribeiro e Raul Ellwanger se juntam para um show que evidencia o repertório de música latina e brasileira.O público ainda poderá assistir, às 17h30, ao Circo Petit (POA) e ao Documentário “Mi Hermano Fidel" de Santiago Alvarez, que encerra a programação.

A Vergonhosa História da OEA - PARTE 1 de 6




O Granma Digital Internacional apresenta uma matéria excelente acerca da OEA além da análise interessante, elenca um rol de ações mais do que questionáveis deste órgão ao longo de sua história.
Se a ONU em sua formação e funcionamento é altamente questionável, a OEA, acreditem, faz a sucessora da Liga das Nações parecer fichinha em termos de equívocos, para não dizer outra coisa.

O Blog Na Práxis fatiou a matéria pescada do Granma em 6 partes, as quais serão publicadas nos próximos dias.

A matéria foi escrita por
Oscar Sánchez Serra:


A Vergonhosa História da OEA - PARTE 1


DESDE seu surgimento como nação, os Estados Unidos da América sempre contrapuseram ao ideário de unidade e integração latino-americana sua pretensão de dominação continental, ambição expressa, em 2 de dezembro de 1823, na conhecida Doutrina Monroe, resumida na frase "América para os Americanos".
Não foi até o último quarto do século 19 que essa filosofia pôde pôr-se em prática, quando a indústria estadunidense cresceu como nenhuma outra, até se tornar uma potência com ascensão acelerada, com o qual pretendia não só dominar o continente, mas também criar as condições para se lançar à luta por uma nova partilha do mundo.
No final de 1889, o governo norte-americano convocou a Primeira Conferência Pan-Americana, que foi o ponto de partida do "pan-americanismo", visto como o domínio econômico e político da América sob uma suposta "unidade continental". Isso levava à atualização da Doutrina Monroe, no momento em que o capitalismo norte-americano chegava a sua fase imperialista. José Martí, testemunha excepcional do surgimento do monstro imperialista, perguntava-se a propósito daquela Conferência: Para que ir de aliados, no melhor da juventude, na batalha que os EUA se preparam para travar com o resto do mundo? E tinha razão, entre 1899 e 1945, durante oito conferências similares, três reuniões de consulta e várias conferências sobre temas especiais, foi-se estabelecendo o avanço da penetração econômica, política e militar dos EUA na América Latina.

AUGE DO PAN-AMERICANISMO MONROÍSTA

No final da Segunda Guerra Mundial, da qual os EUA saíram beneficiados, começa uma etapa de auge do Pan-americanismo e do Sistema Interamericano que vai desde a Conferência de Chapultepec, em 1945, passando pela criação da OEA, em 1948, até a invasão à República Dominicana, em 1965, consolidando-se a subordinação dos governos do continente à política externa dos EUA.

Por tal motivo, a Conferência Interamericana sobre Problemas da Guerra e da Paz, em Chapultepec, em março de 1945, teve um objetivo político definido: juntar os países da região para enfrentar o processo que viria com a criação da ONU.

Em consequência disso, na Conferência de São Francisco, em abril de 1945, na qual foi fundada a ONU, a diplomacia norte-americana, apoiada pelos países latino-americanos, defendeu a "autonomia" para o Sistema Interamericano e conseguiu que no artigo 51 da Carta da organização mundial se preservasse a solução das controvérsias mediante métodos e sistemas "americanos". A interpretação do Conselho Diretivo da União Pan-Americana foi que tal Carta nasceu compatível com o Sistema Interamericano e a Ata de Chapultepec.

Em agosto de 1947, a Conferência Pan-Americana do Rio de Janeiro aprovou uma resolução que deu origem à ferramenta que daria vida à cláusula de permissividade arrancada à ONU: o Tratado Interamericano de Assistência Recíproca (TIAR), que reafirmava o princípio de "solidariedade" continental utilizado por Washington, com vista a enfrentar qualquer situação que pusesse em perigo "sua paz" na América e adotar as medidas necessárias, inclusive, o uso da força. Com o TIAR, foi imposta a decisão ianque no continente, constituindo uma ameaça permanente para a soberania dos países latino-americanos.

Entre 30 de março e 2 de maio de 1948, a Conferência Internacional Americana de Bogotá, deu vida à Organização dos Estados Americanos (OEA). Quando se realizava essa reunião, foi assassinado o líder liberal colombiano Jorge E. Gaitán, com muito arraigo popular, fato que motivou a grande revolta conhecida como o "Bogotazo", brutalmente reprimida e que serviu para manipular o curso e os resultados da Conferência, pois os EUA promoveram a ameaça que significava para a democracia o "auge" da União Soviética e do comunismo, que culpavam pelas mortes do Bogotazo.

Mas, tanto a Conferência do Rio quanto a de Bogotá agravaram os problemas econômicos na América Latina, cujos países, — entusiasmados com o Plano Marshall para a Europa — começavam a exigir um de assistência para a região. Contudo, o próprio secretário de Estado, George Marshall encarregou-se de defraudá-los.

Da discussão e adoção da Carta da OEA surgiu um extenso documento de 112 artigos, assinado pelos 21 países participantes do encontro em Bogotá. A Carta aprovou alguns dos princípios cardinais e justos do Direito Internacional, porém, a pedido de Washington, incluíram-lhe disposições que transferiram à OEA os postulados principais do TIAR, por tal motivo, desde seu nascimento, a OEA foi o instrumento jurídico ideal para a dominação estadunidense no continente.

Sua retórica diplomática relativa aos postulados sobre a independência e soberania das nações e os direitos do homem e dos povos, ficaram como letra morta.

Chávez e a ideologização da escola

Vídeo interessante. Em seu programa "Alô Presidente", Hugo Chávez comenta alguns absurdos escritos em livros escolares venezuelanos, que nada mais são a ideologia da classe dominante impregnada na educação.

Uma coisa engraçada é a mania da direita chamar de ideologia tudo aquilo que não é ... ideologia de direita!

Ou chamar - desabonadoramente - de politização toda a ação que não contém política com viés de direita!



sexta-feira, 29 de maio de 2009

O dia em que a PETROBRAS deixou de ser BRASileira

Do Blog do Emir Sader, publicado em 20 de maio:



O dia em que a PETROBRAS deixou de ser BRASileira

Dia 26 de dezembro de 2000, um dia depois do Natal, o povo brasileiro foi surpreendido por mais uma medida antinacional do governo FHC. Coerente com a máxima de FHC de que “ia virar a página do getulismo no Brasil” – sem o que o neoliberalismo não seria possível – o presidente da Petrobrás, Henri Philippe Reichstul, anunciou que a empresa estava mudando seu nome comercial para PetroBrax. Segundo ele, o objetivo seria “unificar a marca e facilitar seu processo de internacionalização” (sic) (FSP, 27/12/2000). Afirmou ele que “a medida ganhou na semana passada o aval do presidente Fernando Henrique Cardoso”.
Segundo Alexandre Machado, consultor da presidência da Petrobras, a operação custaria à empresa 50 milhões de dólares, para realizar um projeto da agência paulista de design Und SC Litda, “contratada sem licitação”, segundo o presidente da Petrobras. “Um dos argumentos favoráveis – relata a FSP – foi que o sufixo “bras” estaria, internamente, associado à ineficiência estatal.” “No front externo, um dos argumentos para a mudança da marca é de tirar a associação excessiva que o nome Petrobras tem com o Brasil . Segundo Norberto Chamma, diretor da Und, que apresentou a nova marca ontem para jornalistas, a desvinculação é importante para que a empresa não seja obrigada a arcar com os ônus dessa ligação.” (sic)
A direita subestimou a capacidade de resistência do povo brasileiro, submetido a tantas afrontas no governo tucano, que este pensou que ele estava anestesiado. (Uma coluna do próprio jornal FSP diz que o jornal subestimou a reação popular contra a medida.) Mas a operação durou apenas algumas horas. Apesar da tentativa de pegar o povo distraído pelo período entre Natal e Ano Novo, em dois dias o governo teve que retroceder da sua vergonhosa tentativa de preparar a maior empresa brasileira para “facilitar seu processo de internacionalização” – não há melhor confissão da intenção de privatizá-la, de que a venda de ações na Bolsa de Nova York foi um passo concreto. O país estava submetido à nova Carta de Intenções do FMI, depois da terceira vez que o governo tucano de FMC e de Serra havia quebrado nossa economia e havia indícios claros que a privatização da Petrobras, da Caixa Econômica Federal e do Banco do Brasil faziam parte das contrapartidas dos novos empréstimos que o FMI concedia ao governo de FHC.
26 de dezembro foi um dia da vergonha nacional, com essa tentativa fracassada de tirar o nome do Brasil da Petrobras, para tirar a Petrobras do Brasil. Sabemos que FHC estava totalmente de acordo. Seria bom saber onde andavam e que atitude tomaram os que agora dizem se preocupar com a Petrobras. Que posição teve, por exemplo, José Serra diante dessa ignominiosa atitude do governo a que ele pertenceu? E as empresas da mídia e seus funcionários colunistas?
E que atitude tomaram os senadores, agora tão interessados nos destinos da Petrobras, ao subscrever o pedido da CPI, quando a existência mesma da empresa estava em jogo?
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Leia o restante no Blog do Emir


terça-feira, 26 de maio de 2009

Nota tímida do PSDB nacional em apoio à Yeda

Na crise política que se abate sobre o Piratini, ficam cada vez mais evidentes as impressões digitais de José Serra. Não é a toa que, logo após a publicação da primeira matéria na Veja, que abriu fogo na senhora governadora, o senhor Carlos Crusius (ex-primeiro damo e tio da sukita aposentado das bolsistas da Faculdade de Ciências Econômicas da UFRGS) deu entrevista para o jornal Zero Hora e revelou, de maneira cifrada, sua desconfiança em relação ao governador de São Paulo.

Para quem não se recorda, o PT perdeu as últimas eleições para presidente no Rio Grande do Sul.

Agora, imaginem que desgraça para o Sr José Serra, em 2010, dividir palanque com Yeda Crusius, cuja imagem está, tal qual sua política, mais suja que pau de galinheiro.

A esta altura do campeonato, é do interesse do ministro de FHC que a correligionária caia o mais rápido possível, ou então, que ao menos fique torrada politicamente, o bastante para que não tente a reeleição. Pragmatismo total de quem foi capaz de torrar Geraldo Alckmin e apoiar Kassab (DEM) nas eleições para prefeito de São Paulo.

Pois bem, Aécio Neves, o melhor amigo dos adeptos do lulismo de resultados, atualmente escanteado pelo alto tucanato, articulou a redação de uma nota de apoio à governadora, Serra não teve como não assiná-la.

No entanto, a nota que está publicada no sítio do PSDB, é um tanto evasiva, para não dizer que baixou o Poncius Pilatos em quem a redigiu:


"Estamos seguros de que a governadora saberá responder a cada uma das acusações que lhe são imputadas por seus opositores no Estado."


Quer dizer: que se vire sozinha, qualquer cambalacho comprovado, não temos nada com isso.

Aécio quer construir apoio, mas também não é burro a ponto de ficar exposto aos respingos da sujeira que se esparrama pelo Piratini.



Confira a nota retirada do sítio do PSDB:

Data: 22/05/2009

Manifesto do PSDB em solidariedade a Yeda Crusius

Lideranças da legenda divulgam apoio à governadora do RS

Brasília (22 de maio)- A Direção Nacional do PSDB, os governadores eleitos pelo PSDB e os líderes partidários vêm reiterar o enorme respeito que têm pela governadora Yeda Crusius e por toda a sua longa trajetória política, construída com competência e respeito a princípios éticos.

Estamos seguros de que a governadora saberá responder a cada uma das acusações que lhe são imputadas por seus opositores no Estado.

Lamentamos ainda que a radicalização do quadro político no Rio Grande do Sul esteja colocando em segundo plano a importante obra administrativa do Governo Estadual, que vem buscando, com extrema seriedade, o equilíbrio das contas públicas e o resgate da credibilidade interna e externa do Estado.

Com este documento tornamos pública nossa total solidariedade à governadora Yeda Crusius, ao PSDB do Rio Grande do Sul e aos nossos aliados.

Assinam:

Senador Sérgio Guerra- presidente nacional do PSDB
Senador Arthur Virgílio- líder do PSDB no Senado
Deputado José Aníbal- líder do PSDB na Câmara
Governador de Alagoas, Teotônio Vilela Filho
Governador de Minas Gerais, Aécio Neves
Governador de Roraima, José de Anchieta Júnior
Governador de São Paulo, José Serra

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Embargo suspende MSN Messenger para Cuba



Nos últimos dias, o cubano que tenta acessar o MSN Messenger encontra a seguinte mensagem de erro: “810003c1: We were unable to sign you in to the .NET Messenger Service”, esta mensagem leva à uma página da microsoft, aonde está explanado que a empresa de Bill Gates suspendeu o serviço de mensageiro para países embargados pelo governo dos Estados Unidos, isso inclui, além da ilha caribenha, Síria, Irã, Coréia do Norte e Sudão.

Milhares de sítios estão com acesso bloqueado para Cuba, assim como algumas ferramentas do Google, como o Google Earth, por exemplo. Agora, o bloqueio ao uso do MSN soma-se ao conjunto de iniciativas para segregar a ilha do mundo virtual.
Além disso, por conta do bloqueio econômico imposto pelos EUA há mais de quatro décadas, Cuba não pode conectar-se a cabos de fibra óptica internacionais, tendo de apelar para sinal via satélite, bem mais oneroso.
Atualmente, em cooperação com a Venezuela, está em construção uma linha submarina ligando os dois países, o que proporcionará internet de alta velocidade para os cubanos a partir de 2010.


Alternativas

Em relação a essas sanções, não é nada que não se resolva, afinal, existe uma ampla gama de serviços gratuitos na internet, que até mesmo mimetizam o MSN Messenger, bem como oferecem alternativas interessantes de serviços do tipo. Além disso, o governo cubano está realizando uma bela migração, a passos largos, para o software livre. Mas essa é uma notícia que certamente não será divulgada pelo grande oligopólio midiático, nem será objeto dos comentários “moralistas” de seus porta-vozes, que pretendem apropriar-se, a todo custo, do conceito de liberdade.



Sobre o embargo, pode-se dar uma olhada no farto material que encontra-se no sítio do tesouro americano, é pra deixar quieto qualquer papagaio de telejornal.


A notícia da suspensão do MSN para países bloqueados economicamente pelos EUA pode ser encontrada, em inglês, no sítio sobre tecnologia "Ars Technica"

domingo, 24 de maio de 2009

Entenda os conflitos pela terra no Pará



Pescado do Brasil de Fato.

O panorama dos conflitos no Pará



Violência de milícias privadas, morosidade na realização da reforma agrária, favorecimento da elite latifundiária, criminalização e manipulação dos grandes meios de comunicação e complacência do poder público com a violência. Todos esses clássicos e tristes elementos da luta pela reforma agrária no país estiveram presentes nos últimos capítulos da tentativa de massacre de acampados do MST no Pará. No dia 18 de abril, oito trabalhadores foram pegos em uma emboscada por milícias armadas da fazenda Espírito Santo, pertencente à empresa Agropecuária Santa Bárbara que, por sua vez, pertence ao grupo Opportunity, do banqueiro Daniel Dantas. Dois foram gravemente feridos, mas passam bem.

O MST denuncia que há quatro anos o grupo vem comprando terras griladas. Em entrevista, Charles Trocate, integrante da coordenação nacional do movimento, no Pará, comenta a disputa de interesses no Estado: de um lado, o projeto popular, que defende a reforma agrária e a soberania sobre os recursos naturais. De outro, a exploração – nada sustentável – desses recursos por grandes grupos econômicos.

Trocate também comenta a recente tentativa de massacre, vendida pela imprensa corporativa como uma ação provocada pelos sem-terra. A versão foi desmentida pelo próprio repórter da TV Liberal, afiliada da TV Globo no Estado, Victor Haor. Ele prestou depoimento à polícia dia 27 de abril e negou que os jornalistas tenham sido usados como escudo humano ou mantidos reféns pelos trabalhadores, desmentindo a própria empresa para quem trabalha.

Quando e por que o MST começou a ocupar as fazendas do grupo Santa Bárbara?

Nos últimos quatro anos, a agropecuária Santa Bárbara comprou aproximadamente 800 mil hectares de terras. São 52 fazendas em 11 municípios do sul e sudeste do Pará, onde criam meio milhão de cabeças de gado; dizem eles que é o maior projeto de criação de gado do mundo. O problema é que essas terras são públicas, portanto, foram griladas; o verdadeiro dono é o Estado do Pará, quando não a União. Aí há dois fatores: primeiro que, independentemente de ser ligada ao Daniel Dantas ou não, é latifúndio e é da natureza do MST fazer enfrentamento ao latifúndio. Segundo, houve nesses quatro anos uma reconcentração fundiária e da exploração dos recursos naturais. E já está provado que o modelo econômico baseado na mineração e na grande fazenda é incapaz de resolver os problemas sociais que a região vive. Logo, nossa postura foi começar um grande mutirão de ocupações dessas terras, em especial da agropecuária Santa Bárbara, pois simboliza a concentração fundiária, além de que são terras reconhecidamente públicas. Esse mutirão começou pela fazenda Maria Bonita, a 22 quilômetros do município de Eldorado de Carajás, em julho do ano passado; no dia 28 de fevereiro de 2009 ocupamos a fazenda Espírito Santo e no dia 1º de março ocupamos a fazenda Cedro, todas pertencentes ao Dantas.

Em relação ao episódio da jornada de abril, na fazenda Espírito Santo, o que de fato aconteceu?

Desde a ocupação da fazenda Maria Bonita, em 25 de julho de 2008, tivemos três reuniões com o Instituto de Terras do Pará [Iterpa] e o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária [Incra]. Pedimos as vistorias, mas todas as tentativas que o MST e esses órgãos fizeram não foram aceitas pelo grupo Santa Bárbara, portanto, continua esse impasse. Por meio de seus advogados a empresa agropecuária vem afirmando que vai até o fim para tirar os trabalhadores dos acampamentos, “dentro dos limites do Estado de Direito”, dizem.

O agravante foi uma reunião, no dia 6 de abril, em Marabá [PA], convocada pela subcomissão mista de agricultura, presidida pela senadora e presidente da Confederação Nacional da Agricultura [CNA] Kátia Abreu [DEM-TO] e com a presença de parlamentares, como o deputado estadual Asdrúbal Bentes [PMDB], Giovani Queiróz [PDT-PA] e o senador Flexa Ribeiro [PSDB-PA]. Eles criticaram a morosidade do Estado em cumprir as liminares de reintegração de posse e, evocando a violência de classe, afirmaram que, se elas não fossem agilizadas, os fazendeiros e proprietários deveriam se armar, constituir milícias e desocupar pela força as fazendas e que eles fariam a defesa dos fazendeiros.

Mais de 500 grandes fazendeiros da região estiveram nessa reunião. No dia 18 de abril, começaram a executar esse plano e para isso construíram uma grande cilada. Então, isso faz parte da filosofia que está se estruturando no sul e sudeste do Pará: eles reivindicam a força policial do Estado para o despejo e, diante da negativa, colocam em marcha uma ofensiva armada.

De janeiro para cá, foram 21 ocupações coordenadas pelo MST, Federação dos Trabalhadores da Agricultura [Fetagri] e Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar [Fetraf] e outros grupos espontâneos [os posseiros]. Isso ocorre porque a grave crise social, econômica e ambiental que vive a região não se resolve nem com o modelo agrário baseado no latifúndio e nem o modelo mineral da Vale. A única saída é a reforma agrária. Do nosso ponto de vista, há uma tendência de agudização da tensão social, pois de um lado está a defesa de um modelo que inviabiliza a sociedade e, do outro lado, os trabalhadores que buscam outras saídas.

E como se deu o ataque das milícias?

Na jornada de abril, decidimos concentrar forças em duas atividades. Uma na “curva do S” [onde ocorreu o Massacre de Eldorado do Carajás] e outra na capital. Em momento algum decidimos ocupar latifúndios ou sedes de fazendas. Nossa avaliação é que havia uma pretensão por parte da Santa Bárbara, uma espécie de plano para criar um fato que pressionasse o Estado a fazer o despejo. Isso porque a juíza de Marabá declarou que pediria a reintegração de posse, mas que não havia nenhuma excepcionalidade no caso e que havia uma fila de outras 43 reintegrações para fazer antes.

Então, eles tentaram criar uma situação em que a única saída fosse o despejo das famílias. Dessa forma, o plano foi bem montado: alugaram um avião em Belém, em nome do grupo Santa Bárbara, convocaram os jornalistas da região e desceram na pista da própria fazenda. Ali emboscaram os trabalhadores, que recuaram. Um deles, porém, ficou nas mãos dos seguranças da fazenda. Os outros foram pedir ajuda aos acampamentos vizinhos e decidiram ir buscar o trabalhador que estava preso pelos seguranças. Foi aí que houve o ataque.

Houve, então, uma tentativa de massacre? Como está o estado de saúde dos sem terra atingidos?

Nossa constatação é que as milícias e jagunços tinham ordem de executar um massacre. Quando os trabalhadores se deram conta que os seguranças estavam com armamento pesado e atirando, recuaram e oito ainda se feriram, dois ficaram em estado grave. Um companheiro levou um tiro na barriga que perfurou o pulmão e o baço; uma outra bala ficou alojada no coração. Passou por cirurgia e está se recuperando. Outro companheiro, de aproximadamente 60 anos, levou dois tiros na boca, um na barriga, um na coxa e outro na canela. Também já está se recuperando. Os outros foram atingidos por estilhaços e passam bem, estão em seus acampamentos e assentamentos já.

No depoimento que deu a polícia, o jornalista da afiliada da TV Globo desmentiu a versão dada pela própria emissora. Como você avalia a cobertura da grande imprensa sobre o ocorrido?

O discurso da imprensa – a TV Liberal, Diário do Pará e outros –, a partir desse fato, é de que os trabalhadores teriam provocado o conflito e colocado sob cárcere privado todos os jornalistas. Agora, porém, já está claro que houve uma tentativa de criminalizar, com apoio da grande imprensa, o acampamento e o MST. O depoimento do jornalista mostra que foi produzido um fato que não existiu para criminalizar o MST a nível nacional, tirando a credibilidade da ação dos trabalhadores.

Mais uma vez fica clara a tentativa de criminalização, pela grande imprensa, das nossas ações, para desqualificar a própria reivindicação da reforma agrária. Foi a empresa de segurança que manteve três trabalhadores em cárcere privado. Tivemos que fazer uma retirada do local para que mais trabalhadores não fossem atingidos pela chuva de balas, como íamos manter jornalistas, gerente e seguranças presos? É uma grande mentira nacionalizada pelos meios de comunicação para provocar uma reação contrária aos apoiadores da reforma agrária.

O Pará é o Estado com maior índice de violência do país. Como isso se relaciona com o modelo de desenvolvimento adotado para a região?

O Pará é um Estado de barbárie social. Dos 7 milhões de habitantes, 4 vivem abaixo da linha da pobreza. Como se explica que uma área tão rica em recursos naturais possa produzir uma desigualdade dessas? Isso explica a natureza do conflito. Hoje, o modelo de desenvolvimento econômico lá atua em uma grandes frentes. A da agropecuária, que utiliza a terra para criação de gado. Há o triplo de cabeça de gado em relação ao número de habitantes. Há a frente da madeira, responsável por boa parte dos desmatamentos; a frente mineral, que gera uma massa de trabalhadores atingidos por projetos nessa área, desalojando trabalhadores assentados, indígenas e quilombolas. Há ainda a frente da biodiversidade, com os que se apropriam das riquezas natureza da floresta.

A natureza do conflito está na escolha desse modelo que utiliza fortemente os recursos naturais da região para uma elite e em detrimento do povo e dos trabalhadores da região. E sempre que os trabalhadores reagem, a resposta é a violência, seja pelo uso da repressão do Estado por meio da ação policial – há dois dias [esta entrevista foi concedida em 28 de abril] foram presos 18 militantes que ocuparam o canteiro de obra da hidrelétrica de Tucuruí –, seja pela cooptação dos movimentos e suas lideranças, destituindo a pauta de reivindicação dos trabalhadores, ou ainda – a mais perigosa – com a eliminação física dos militantes e dirigentes desses movimentos. A reação do capital é essa e está colocada na conjuntura da região.

Nos últimos 30 anos, foram assassinados 832 trabalhadores no campo paraense. Há uma verdadeira guerra civil no Estado em que só uma parte tem perdido e tem sido os trabalhadores. O Estado não produziu nenhuma condenação satisfatória desses assassinatos. Há uma cultura da violência e um apelo à violência de classe como meio de manutenção dos interesses do grande capital e da burguesia agrária e conservadora da região.

Qual projeto alternativo do MST e outros movimentos do campo para a região?

Exercer soberania popular sobre os recursos da região. Aí está o epicentro da disputa. Essas riquezas devem servir aos interesses do povo. Mas para isso temos que combater três elementos que estão articulados: primeiro, o imperialismo ambiental, que expolia os recursos naturais. A segunda tarefa é desalienar a sociedade que está cooptada e embrutecida por esse modelo de desenvolvimento. Terceiro: nos próprios movimentos, desmistificar a ideologia do desenvolvimento auto-sustentável que, na prática, dá tudo às transnacionais, e para a sociedade local prega o uso controlado e regulado. Em contrapartida, propomos usar os recursos naturais da região a favor dos interesses do povo. Esse modelo não viabiliza a sociedade, mas apenas o lucro e o capitalismo. Queremos construir uma plataforma em que o povo seja guardião da floresta, da terra e da biodiversidade. Essa é nossa luta na região, ainda que tenhamos que enfrentar a violência.

sábado, 23 de maio de 2009

Stedile: "O governo tem medo de entrar de cabeça no debate sobre crise"

Da Agência Brasil

A falta de debate e de novas idéias para combater a crise financeira mundial levam o governo e a classe empresarial a não conseguir resolver as questões econômicas atuais. A opinião é do integrante da direção nacional do MST, João Pedro Stedile, que, em entrevista à Agência Brasil, disse que o governo tem medo da discussão sobre a crise. “O governo tem medo de entrar de cabeça no debate sobre a crise, temendo repercussões eleitorais”, disse.

O líder do MST defendeu a estatização dos bancos, o fim do superávit primário e a garantia de emprego como formas de construir um “novo modelo econômico” para o Brasil. Ele elogiou o programa habitacional lançado pelo governo, mas se disse preocupado com a execução da construção de 1 milhão de casas. “ Nunca vi construtora ganhar dinheiro construindo casa para pobre”, criticou.

Para Stedile, o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), apontado pelo próprio governo como alternativa para enfrentar a crise, não cumpre a função anticíclica. “O PAC é um projeto antigo, de antes da crise. É necessário pensar outra matriz industrial para resolver problemas do povo, não da exportação”, destacou.

Como os movimentos sociais, em especial o MST, têm encarado a questão da crise financeira mundial?

Hoje, há um consenso nos movimentos sociais, desde as centrais sindicais até as pastorais, de que a crise que está instalada na economia capitalista é internacional e vai pegar todo mundo, ela é profunda, não é apenas da produção. Vai abarcar aspectos sociais, ambientais, políticos e, inclusive, os paradigmas do capitalismo. Nós estamos muito preocupados porque está faltando na sociedade brasileira um processo de debate sobre a natureza da crise, para que o povo brasileiro tenha conhecimento dela, participe e construa alternativas populares para resistir. O pior dos cenários é simplesmente ficar assistindo, na televisão, à interpretação que o governo ou os capitalistas vão dar.

A interpretação atual da crise, em sua opinião, é equivocada?

Evidentemente os capitalistas vão querer sair da crise o mais rápido possível e mais ricos. Para isso, vão pressionar o Estado, como sempre fizeram, para que o Estado transfira a eles dinheiro público. Com isso, vão aumentar a exploração sobre os trabalhadores e o desemprego. Vão diminuir as condições de vida da população. E o governo, com medo da crise, vai ficar todo o tempo dizendo: calma que o leão é manso. É preciso que a população tenha espaço para debater e, sobretudo, que os meios de comunicação que não são dos capitalistas ajudem.

Por que o senhor acha que o governo tem medo da crise?

O governo tem medo de entrar de cabeça no debate sobre a crise temendo repercussões eleitorais. Só há uma forma de ampliar o debate. Se os movimentos sociais e as igrejas pegarem esse debate como peça prioritária, utilizando os meios alternativos que nós temos. O governo tem que sair do casulo. O governo parece que está com medo de sair do debate. Ele precisa se abrir e dizer que não sabe o que fazer, mas chamar para debater.

Como a agricultura brasileira vem sentindo os efeitos da crise?

Essa crise tem atingindo mais em cheio o agronegócio, que é, no fundo, o modo de os capitalistas organizarem a produção agrícola no Brasil. Para isso, eles impuseram um modelo, que nós chamamos de agricultura industrial, totalmente dependente dos insumos, dos agrotóxicos e do mercado internacional. O mercado internacional vai diminuir, a renda dos europeus, americanos e chineses vai diminuir, portanto, vai diminuir o preço das commodities e vai diminuir o mercado. Evidentemente que, de novo, os capitalistas do agronegócio vão querer jogar sobre as costas dos trabalhadores o peso da crise. Já estão jogando. De dezembro pra cá, segundo dados do próprio governo, mais de 300 mil trabalhadores rurais assalariados perderam o emprego.

E nos assentamentos do MST, como a crise está impactando?

Na agricultura familiar e camponesa, em que estão inseridos os assentados, como o próprio modo de produção não é capitalista, o que a gente tem debatido é que temos condições de resistir mais à perversidade da crise. Nós não dependemos de emprego, nós achamos que vai haver uma revalorização dos alimentos, ou seja, na crise o único dinheiro que os trabalhadores reservam é para comida. Pode cortar a luz, telefone, mas a comida não. Temos uma avaliação de que o povo camponês sofrerá menos os efeitos da crise.

Sofrerá?

Sofrerá, talvez mais pela redução no ritmo das políticas públicas agrícolas. Isso é que nos preocupa. Estamos pressionando para que o governo transforme a crise em uma oportunidade. Para proteger a população, essa era a hora de aumentar a Reforma Agrária, de aumentar os investimentos públicos na agricultura e deixar de lado o agronegócio, deixar de lado os grandes projetos do BNDES [o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social] para a expansão do plantio de eucalipto, para expansão do etanol. Isso não desenvolve o país e só gera desemprego. Esse é o debate que estamos fazendo entre nós.

Como o senhor avalia as medidas tomadas pelo governo até então para conter os efeitos da crise no Brasil?

O governo, na boa intenção, diminuiu o percentual do depósito compulsório que os bancos precisam fazer para o Banco Central. Isso representou R$ 180 bilhões que os bancos privados, que recebem o nosso depósito à vista, deixaram de recolher ao BC. A intenção do governo era que esses bancos aplicassem na indústria e na produção para reativar a economia. Mas eles recompraram títulos da dívida pública interna. Ou seja, emprestaram novamente para o governo, a 12 % de juros. Ou seja, os bancos enriqueceram ainda mais. É fácil até fazer a conta. Significa que o governo ajudou os bancos a se apropriarem de R$ 20 bilhões em uma tacada só. Além disso, muitas empresas aproveitam a notícia da crise para reorganizar o seu processo produtivo. Há empresas que estão tendo lucro, como a Vale do Rio Doce, que anunciou R$ 20 bilhões de lucro e colocou na rua 2 mil operários. É um caso de se aproveitar da crise para aumentar a exploração sobre os trabalhadores

O senhor acha que as medidas então não surtiram efeito?

As propostas dos governo e das classes dominantes são as propostas clássicas do capitalismo. A saída que está sendo pensada é mais liberalismo, mais dependência do capital internacional. E também dá para perceber que a classe dominante brasileira não tem um projeto de desenvolvimento do Brasil, ao contrário do que aconteceu na crise de 1929, quando a burguesia brasileira estava articulada ao redor do governo Getúlio Vargas. Agora, a burguesia brasileira não tem um projeto para o país. Ela só quer ter lucro e isso é uma tragédia, para ela, inclusive.

E o que o senhor acha e o que os movimentos sociais acham que precisa ser feito?

Reduzir juros é insuficiente. O que nós precisamos é de uma terceira alternativa, que é uma alternativa popular. Precisamos discutir com as forças organizadas da sociedade um novo projeto de país, um novo modelo econômico para o Brasil.

O que esse novo modelo incluiria?

Algumas medidas prioritárias. A primeira seria a estatização de todo o sistema financeiro. Se não se controla a circulação do dinheiro, nunca vai reativar a produção. Segundo ponto: é necessário acabar com o superávit primário. O governo recolhe os impostos de todos nós e aí separa R$ 200 bilhões para pagar em juros. Isso tem que acabar. Tem que pegar esse dinheiro que está sobrando do orçamento e investir na produção. Mas não é em qualquer produção. Não é em automóveis. Tem que aplicar no que a população brasileira está precisando. Moradia popular, transporte de massa, trem, metrô, navio. Aplicar em escolas. Temos um déficit educacional enorme. Como é que se faz para pular dos 10% de jovens na universidade, que nós temos, para os 80% que tem a Bolívia? Construindo universidade, contratando professor, comprando livro, isso tudo é indústria. Só no investimento na educação, que é a grande tese do Cristovam Buarque, já se poderia incentivar a economia. E o dinheiro tem que vir do superávit primário, que tem que acabar. Pedi para que os economistas amigos do MST pesquisem o seguinte: estou desconfiado de que o Brasil é o único país do mundo a manter o superávit primário. Na Europa, todos os países são deficitários.

O que mais é necessário?

Aplicar recursos e garantir emprego para todo mundo. Todo brasileiro adulto tem que ter direito a emprego. Foi o que Roosevelt fez para tirar os Estados Unidos da crise e transformar em potência mundial. Isso não é novidade. Isso tudo que estou dizendo não é radicalismo.

Como fica a defesa da Reforma Agrária em meio a um contexto de crise financeira?

A Reforma Agrária fixa o homem no campo e desfaveliza o país. Além disso, contribui para a produção de alimentos. Os únicos que produzem alimentos são camponeses. O agronegócio produz celulose, etanol, algodão, soja, mas comida não. Quem produz leite, arroz e feijão é o camponês. Essa seria a maneira de ativarmos a produção agrícola. Mas não é voltar àquela reforma agrária antiga.

E como é a Reforma Agrária moderna?

Agora, queremos outro tipo de Reforma Agrária. Trata-se de uma Reforma Agrária que combine o camponês com as agroindústrias cooperativadas. Em vez de o BNDES dar R$ 1 bilhão para a Nestlé, por exemplo, deveria dar o mesmo valor para 100 cooperativas de camponeses que vão pasteurizar o leite, fazer iogurte e vender em sua região. Não precisa mais ter Nestlé. Tem que ter cooperativa de pequenos agricultores. Agora, sem dinheiro público não tem cooperativa que funcione, assim como não tem Nestlè que funcione sem dinheiro do BNDES. Em vez de o BNDES dar R$ 1 bilhão para que a Aracruz saia do prejuízo que ela teve, ele deveria pegar esse dinheiro e emprestar para os camponeses reflorestarem as margens dos rios. Teríamos outra paisagem no país, um reequilíbrio ambiental . Não teria essa loucura do monocultivo do eucalipto que desequilibra toda nossa natureza.

O senhor falou da necessidade de um programa de construção de casas. Como o senhor avalia o programa Minha Casa, Minha Vida, lançado pelo governo, que visa à construção de 1 milhão de casas populares?

O programa de habitação é bom. Espero que o governo tenha capacidade de operação para que de fato 1 milhão de casas sejam financiadas. O meu medo é que o governo deixe isso para o mercado. O governo cria as condições, libera recursos e aí diz que o mercado vai construir 1 milhão de casas. Nunca vi construtora ganhar dinheiro fazendo casa para pobre. Será que não seria melhor voltar a estimular as cooperativas, os mutirões que, de qualquer maneira, vão comprar cimento, vidro, luz elétrica. Mas deixar para empresas construir é um perigo. Seria melhor então deixar para uma empresa estatal como o Chávez [Hugo Chávez, presidente da Venezuela] faz.

E quanto ao PAC? O governo tem enfatizado que o programa vai ajudar a enfrentar os efeitos da crise. O que o senhor acha?

O PAC é um projeto antigo, de antes da crise e tem o objetivo de financiar hidrelétricas, portos e caminhos para que as multinacionais exportem mais barato. Mas agora, com a crise, é necessário pensar outra matriz industrial para resolver problemas do povo, não da exportação.

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Poesia Palestina



Não iremos embora
Tawfic Zayyad*

Aqui
Sobre vossos peitos
Persistimos
Como uma muralha
Em vossas goelas
Como cacos de vidro
Imperturbáveis
E em vossos olhos
Como uma tempestade de fogo
Aqui
Sobre vossos peitos
Persistimos
Como uma muralha
Em lavar os pratos em vossas casas
Em encher os copos dos senhores
Em esfregar os ladrilhos das cozinhas pretas
Para arrancar
A comida de nossos filhos
De vossas presas azuis
Aqui sobre vossos peitos
Persistimos
Como uma muralha
Famintos
Nus
Provocadores
Declamando poemas
Somos os guardiões da sombra
Das laranjeiras e das oliveiras
Semeamos as idéias como o fermento na massa
Nossos nervos são de gelo
Mas nossos corações vomitam fogo
Quando tivermos sede
Espremeremos as pedras
E comeremos terra
Quando estivermos famintos
Mas não iremos embora
E não seremos avarentos com nosso sangue
Aqui
Temos um passado
E um presente
Aqui
Está nosso futuro
*Tawfic Zayyad, palestino de Nazaré, é considerado um pioneiro da poesia de resistência. A maior parte de sua obra foi escrita na prisão.

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Para manter o pagamento da dívida, governo reduz Imposto de Renda dos rentistas e amplia injustiça tributária no país


No ano 2000, no auge da era FHC, uma ampla gama de organizações ajudou a realizar o plebiscito da dívida externa, evento político que possibilitou a participação de mais de 6 milhões de brasileiros nas discussões acerca do tema.

Fruto disso, surgiu o movimento Auditoria Cidadã, que, embora esteja em voga o discurso único da dívida sanada e do compromisso cumprido, segue denunciando a renúncia à soberania - e ao crescimento - que representa uma série de contratos aos quais o nosso país segue amarrado.


Em nota, a coordenação do movimento Auditoria Cidadã da Dívida denuncia a política pró-rentista executada pelo Palácio do Planalto em nome da governabilidade econômica.



Texto esclarecedor.



Antes da leitura deixo uma pergunta: Quando, diabos, a esquerda organizada fará a disputa da Questão Tributária???


Para manter o pagamento da dívida, governo reduz Imposto de Renda dos rentistas e amplia injustiça tributária no país

Hoje, 13 de maio de 2009, o governo anunciou que irá reduzir de 22,5% para 15% o Imposto de Renda (IR) sobre os ganhos dos investidores com títulos da dívida pública. Esta medida foi tomada para se garantir o próprio pagamento da dívida, ou seja, garantir que o governo continue tomando empréstimos para pagar as amortizações e os juros que estão vencendo.


Importante ressaltar que, em 2006, já foi concedida isenção de IR para o ganho de estrangeiros em aplicações de títulos da dívida interna brasileira. Agora o governo reduz o imposto para os brasileiros, aprofundando ainda mais uma estrutura tributária injusta e regressiva, na qual os mais ricos pouco pagam, enquanto os trabalhadores e consumidores financiam o Estado. A queda na arrecadação de IR também afetará os estados e municípios, que têm direito à metade da arrecadação desse imposto, e atravessam grave crise financeira com a queda dos repasses federais, cortando gastos sociais fundamentais, como merenda escolar e despesas hospitalares.

Enquanto os municípios custam a obter ajuda limitada a R$ 1 bilhão do governo federal para recompor pequena parte das perdas para este ano (projetadas em R$ 8 bilhões), o governo não mede esforços em conceder grande benefício fiscal, estimado preliminarmente em R$ 3 bilhões por ano, para os rentistas. É um subsídio injusto, pois significa a transferência de recursos dos mais pobres para os mais ricos. Essa medida do governo mostra, mais uma vez, que a dívida pública é o centro dos problemas nacionais, e tem comandado as principais decisões de política econômica.


Atualmente, o imposto de renda incidente sobre os ganhos dos brasileiros com a dívida interna (por meio dos “Fundos de Investimento de Renda Fixa”) varia de 15% a 22,5%, dependendo do prazo no qual os recursos permaneceram aplicados. Com a nova medida do governo, este percentual máximo de 22,5% cai para 15%. Enquanto isso, os trabalhadores assalariados pagam até 27,5% de Imposto de Renda, o que é uma grande injustiça. Por exemplo: um rentista que ganhar um milhão de reais durante o ano com a dívida pública se sujeitará a uma alíquota máxima de 15%, enquanto um trabalhador que recebe salário superior à quantia de apenas R$ 3.582,00 por mês fica submetido a uma alíquota de 27,5%.


Atualmente, os fundos de investimento (controlados pelos bancos) cobram altas taxas de administração, razão pela qual a pequena queda da taxa Selic verificada nos últimos meses poderia levar os investidores a fugir destes fundos (que aplicam em títulos da dívida pública), e migrar para aplicações em poupança, o que provocaria dificuldades para a rolagem da dívida pública.


Diante dessa conjuntura, ao invés de suspender temporariamente o pagamento da dívida interna e auditá-la, ou de pelo menos obrigar os bancos a reduzirem suas taxas de administração dos fundos de investimento, o governo optou por reduzir o Imposto de Renda incidente sobre os ganhos com a dívida interna. Desta forma, o governo garante a rolagem da dívida, mantendo os investidores nos "fundos de investimento" comprando títulos da dívida, e termina por atender aos anseios dos banqueiros, que jamais iriam querer uma massa de recursos aplicados na poupança, dos quais 65% têm de ser aplicados no setor produtivo (imobiliário).


O dia de 13 de maio não poderia ser mais contraditório para o anúncio desta medida do governo. No dia da “Abolição da Escravatura”, o governo mostra que o país está, cada vez mais, escravo de uma dívida pública nunca auditada (como prevê a Constituição Federal), que já alcança patamares elevadíssimos – somando-se a dívida interna e a externa já superamos a casa dos R$ 2 trilhões – condicionando completamente a política econômica atual e afetando profundamente a vida da sociedade brasileira.

Coordenação da Auditoria Cidadã da Dívida

Brasília, 13 de maio de 2009

Feijó x Tucanos: Briga de Bugio

Cansados de levar tanta bola nas costas de Paulo Feijó, tucanos resolvem partir para o ataque.

Por conta de um contrato mal explicado de prestação de serviços com a ULBRA (assinado na época em que o malandro Ruben Becker ainda era reitor), no qual o vice-governador colocou R$ 180.000,00 no bolso, os tucanos defendem o impeachment do DEMo, pois isso configuraria improbidade administrativa.

É o governo Yeda desmoronando, sendo aos poucos abandonado pela mídia reaça, e vivendo uma guerra interna.

Briga de bugio...


Segue a notícia da Zero Hora


ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA

PSDB estuda impeachment. Mas de Feijó

Tucano suspeita de contrato de empresa do vice com Ulbra

Fustigados nas últimas semanas por suspeitas levantadas pelo vice-governador, aliados da governadora Yeda Crusius contra-atacaram ontem com a ameaça de pedir impeachment de Paulo Afonso Feijó em razão de um contrato firmado por uma de suas empresas. A A. Paulo Feijó Participações S.A. prestou consultoria à Ulbra entre junho de 2007 e março do ano passado.

Segundo o deputado estadual Coffy Rodrigues (PSDB), o vice cometeu ato de improbidade administrativa ao prestar serviços remunerados de consultoria a uma instituição que recebe recursos públicos federais e estaduais. Feijó afirma não existir irregularidade no negócio, uma vez que a Ulbra é privada e não pública. Procuradores de Justiça ouvidos por Zero Hora e que pediram para não ser identificados disseram que só poderiam opinar sobre a existência ou não de ilícito depois de conhecer o contrato e o tipo de serviço prestado.

– Pedi um parecer jurídico para a minha assessoria. Caso tenha segurança de que houve irregularidade, é minha obrigação pedir o impeachment dele – disse Coffy.

Vice diz que contrato é do setor privado e não vê vício

Cautelosa, a presidente estadual do PSDB, deputada Zilá Breitenbach, desistiu de uma visita anunciada ao Ministério Público Estadual na tarde de ontem para pedir a investigação do contrato. Zilá explicou que, como dirigente, precisa ter cuidado.

– Desisti de ir ao MP porque precisamos buscar reforço jurídico. Não podemos fazer o que fazem conosco. Vamos esperar as explicações do vice. O DEM tem uma bancada de respeito na Assembleia – afirmou Zilá.

A bancada democrata na Assembleia inclui os deputados José Sperotto, Marquinho Lang e Paulo Borges. Dos três, apenas o primeiro não se dispõe a assinar o requerimento de CPI para investigar irregularidades no governo tucano.

A empresa A. Paulo Feijó Participações S.A. recebeu R$ 180 mil pelos serviços de consultoria à Ulbra. O contrato, uma carta de mandato, é assinado por Feijó e pelo ex-reitor da universidade Ruben Becker. O documento autorizava a empresa do vice a intermediar a venda da carteira do plano de saúde da instituição, o Ulbra Saúde, bem como atividades, equipamentos, imóveis, os hospitais Luterano e Independência, em Porto Alegre, o Hospital Tramandaí e a indústria farmacêutica Basa. O contrato foi rescindido em março de 2008. Segundo o vice, sua empresa não conseguiu concluir o contrato porque o ex-reitor da Ulbra desistiu da venda.

– Sou vice-governador e empresário. Sou impedido de fazer negócios com o Estado e não vendo para empresa pública. Não vejo o que há de errado nisso – disse Feijó.

Guiñazu :Quando o culto à personalidade se justifica.



Inter elimina Flamengo da Copa do Brasil, 2 x 1 ...
Jogão, rumo ao Bi (Copa do Brasil 09 > Libertadores 10 > Mundial 10)!

E o Guiñazu... foi um monstro em campo!
O que que é isso?

Estátua pra ele no Beira-Rio.Já!

Guiñazu, ídolo do Inter, farol dos povos!!!

quarta-feira, 20 de maio de 2009

O sonho americano dorme em barracas


Matéria do Granma Digital Internacional

O sonho americano dorme em barracas


Deisy Francis Mexidor

• UM show da televisão destapou a caixa de Pandora. No país mais rico do mundo há pobreza. E extrema. Os tent-cities ou cidades de barracas põem a descoberto o rosto oculto do sistema e erguem-se como triste símbolo de tempos de recessão e crise nos Estados Unidos.

O jornal mexicano El Universal assim o reflete: "Até há pouco, eram trabalhadores da classe média que moravam em casas com jardim, mas a recessão está empurrando milhares de famílias nos EUA ao inimaginável: viver em barracas, sótãos ou motéis rurais baratos".

"Em Sacramento, capital do estado da Califórnia e uma das zonas do país onde a crise imobiliária bateu com mais força, um acampamento para gente sem teto alberga já centenas de pessoas e cresce a um ritmo de uns 50 residentes diários", enfatizou outro jornal.

Entretanto, o The New York Times indicou: "Acampamentos de pobres e pessoas sem teto sempre fizeram parte das paisagens de megacidades, como Nova Iorque e Los Ángeles, mas atualmente aumentam a população e tornam-se comuns também em cidades menores. Seatle, Sacramento, Saint Petersburg, Nashville e Olimpia reproduzem essa realidade ao longo do país, mas é na localidade de Fresno, Califórnia, onde o fenômeno aumentou de proporção com maior rapidez nos últimos tempos".

Para Joel John Roberts, diretor de Path Partners, uma organização que ajuda desempregados, a situação é terrível. "Hoje, você vê um terreno livre e, na manhã seguinte, encontra centenas de famílias instaladas em barracas", assegurou.

Imagens tão difundidas como estas não eram vistas nos Estados Unidos desde a Grande Depressão de 1929, quando a crise revelou as misérias do império. Hoje, a história se repete. A debacle não caiu apenas acima dos executivos de Wall Street. O despejo, a crise hipotecária e o esgotamento das poupanças afeta milhões de lares norte-americanos e, na atual conjuntura, a gente que perdeu tudo faz o possível para colocar, ao menos, um teto acima de sua cabeça.

GRANDE SUL NO IMENSO NORTE

O Escritório Orçamentário do Congresso dos EUA admitiu que 28 milhões de norte-americanos estão usando os tíquetes-refeições porque não têm comida.

Ao mesmo tempo, um estudo do grupo National Coalition for Homeless (NCH) notificou que aproximadamente 3,5 milhões de estadunidenses experimentarão situações de indigência ao menos uma vez por ano numa dúzia de estados da União, tendência que, segundo a própria análise, vai se manter enquanto durar a recessão econômica.

Uma pesquisa do Centro Nacional para Famílias sem Lar, revelou por sua parte que ao redor de 1,5 milhão de crianças nos Estados Unidos, um em cada 50, carece de moradia, 42% delas, menores de seis anos. "Estes números crescerão à medida que as execuções de (embargos) casas continuem aumentando", disse Ellen Bassuk, sua presidenta, num comunicado.

A NCH instou a administração Obama a implementar um programa financeiro de quase US$10 bilhões para reforçar a rede de reabilitação social; contudo, o cenário é cada vez mais dramático, pois, ao complexo panorama social, se acrescentam também os novos pobres.

Jennifer Thompson, é testemunha. Até há pouco, esta mulher, de 45 anos, casada e com três filhos, vivia sem grandes sobressaltos, porém perdeu seu posto na sucursal da General Motors na Califórnia e então, tudo foi por água abaixo. Ela, que trabalhava na administração, na área que autoriza os cortes de pessoal, foi demitida. Atualmente, mora numa barraca.

Renee Hadley, 38 anos, residia em Seattle e, do dia para a noite, seu castelo sumiu. "Neste local não há nem água corrente nem eletricidade nem banheiros e os trens passam perto daqui, há um barulho ensurdecedor", contou sobre o que padece na barraca que levantou em Sacramento.

Para ela, os programas estatais apenas conseguem colocar "um band-aid em tudo" e se pergunta, em meio à angústia, "por que não nos dão emprego ou casa com um aluguel moderado? Os 90% dos que estamos nesta situação não queremos viver aqui. Isto começa na verdade a meter medo", comentou à AFP.

O prefeito de Sacramento, Kevin Johnson, reconheceu recentemente que, durante anos, tentaram "meter os sem-teto embaixo do tapete", mas "agora o problema é maior".

Talvez o pior ainda não aconteceu. O desemprego não se detém, cresce a ritmo acelerado e os planos de resgate do presidente Barack Obama — que pede tranquilidade e confiança em meio ao desespero de muitos — são como compressas de água morna para um doente grave. Será que o sonho americano sumiu? Enquanto isso, dorme numa barraca.


terça-feira, 19 de maio de 2009

As FARC e a maconha




 




 

A Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia são uma força beligerante que empreende, há mais de 40 anos, uma guerra contra as oligarquias que controlam o estado Colombiano, as quais tentam a todo custo acabar com a existência de toda e qualquer oposição, seja ela organizada em movimento pacífico ou em guerrilha.

Apesar de todo o pesadíssimo bombardeio midiático em nível internacional, que diz que as FARC são uma força terrorista, e da tão alardeada popularidade do narco-presidente Alvaro Uribe (cujo papai foi sócio de Pablo "El Patrón" Escobar), parceiro dos EUA na guerra contra ... as drogas (?), os guerrilheiros seguem sua luta, e só um imbecil, ou mal intencionado, poderia afirmar que eles não desfrutam de apoio algum nos setores mais pobres da população colombiana.

A grande mídia, em nenhum momento, conseguiu apresentar prova cabal de que há envolvimento das FARC na produção, refino ou distribuição de drogas na Colômbia.

A maconha é uma droga ilícita de enorme popularidade entre os jovens da América Latina.

As FARC estão lançando uma iniciativa chamada Baretopolítica (bareta é uma droga conhecida na Colômbia), a qual pretende falar com os jovens sobre estes entorpecentes, seus efeitos, e suas implicações estruturais na sociedade colombiana.

Em http://baretopolitica.blogspot.com/ pode-se acompanhar o que pensam as FARC – EP sobre a maconha, entre outras coisas.




As informações que utilizamos para a redação desta postagem encontram-se na versão em português do sítio da ANNCOL – Agência de Notícias Nova Colômbia.

José Martí tomba por Cuba



Há 114 anos o poeta, patriota e revolucionário José Martí caía em combate pela independência de Cuba.

"
Conheceu, amou e defendeu ao que chamou de Nossa América. Cronista de sua época, do passado e do futuro, jamais deixou de servir ao seu povo, e no último período de sua vida teve apenas um objetivo: a libertação de Cuba. Organizou o novo movimento independentista através do Partido Revolucionário Cubano (PRC), de base democrática onde unificou todas as forças populares com um só objetivo – a independência – e previu uma república diferente das experiências que conheceu em outras nações americanas."

Para saber mais, entre no sítio da Associação Cultural José Martí - RS