quarta-feira, 30 de março de 2011

Chávez comenta os bombardeios à Líbia

"Kadhafi está a fazer o que tem que fazer, resistir a uma agressão imperial (...) não está previsto agora que Kadhafi saia da Líbia", disse Chávez.

O presidente da Venezuela falava durante uma conferência de imprensa conjunta com o seu homólogo uruguaio, José Mujica, no âmbito de um périplo por quatro países da América Latina, que começou na Argentina e o levará ainda à Bolívia e à Colômbia.

Hugo Chávez voltou a criticar a intervenção militar internacional na Líbia e revelou que em novembro perguntou a Muammar Kadhafi onde estavam colocadas as suas reservas internacionais e que este lhe respondeu que estavam asseguradas na Europa e nos Estados Unidos.

"Asseguradas? Ninguém suspeitava o que iria ocorrer (...) Congelaram isso (reservas) à Líbia, estão roubando 200 mil milhões de dólares do povo líbio. Tenho um mês dizendo isso e ninguém responde na Europa à pergunta que faço", disse.

Hugo Chávez defendeu que é importante que a América Latina avance com a criação do Banco do Sul para que as reservas internacionais dos países da região não sejam controladas pela Europa e pelos Estados Unidos.

"Em vez de ter esses dinheiros lá no norte, os traremos para cá. Não digo todo mas uma parte das reservas", disse.

Chávez sublinhou ainda que "não está previsto" que a Venezuela conceda asilo a Kadhafi, sublinhando que
"ele disse em distintas ocasiões que não se irá da Líbia".

"Eu sou um tirano para muitos e até assassino, mas (Barack) Obama é prémio Nobel da Paz e ele é quem ordenou o bombardeio. No Iraque, no Afeganistão, foi o governo dos Estados Unidos (que ordenou), e agora na Líbia, mas assim anda o mundo. O mundo às avessas",
disse.

Durante a conferência de imprensa o presidente do Uruguai, José Mujica, defendeu a "autodeterminação dos povos" e que para os uruguaios "é uma questão de princípios não reconhecer a ninguém o direito a intervir noutro país".

Fonte: SAPO - Portugal

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