quarta-feira, 23 de março de 2011

Líbia resiste a novos bombardeios; Kadafi descarta renúncia


Aviões militares de países ocidentais continuaram nesta quarta-feira (22) os bombardeios indiscriminados contra a capital líbia, Trípoli, e outras áreas costeiras do país, depois que o líder Muamar Kadafi descartou a rendição de seu povo e vaticinou uma vitória.
Emissoras de televisão de várias nações árabes, assim como a líbia Al-Jamahiriya, mostraram instalações aéreas e navais, edifícios civis e áreas residenciais destruídas por mísseis da aviação e da marinha de guerra dos Estados Unidos, França e Reino Unido.

Na quarta noite consecutiva de bombardeios sobre Trípoli pode ser visto o fogo de balas traçantes da artilharia anti-aérea cruzando o céu da capital. Foram ouvidas explosões potentes, muitas delas próximo da residência de Kadafi e de um hotel onde estão hospedados os repórteres estrangeiros.

Os ataques se intensificaram precisamente depois de um discurso pronunciado à noite pelo mandatário, no qual conclamou seus apoiadores a lutar e confiar na vitória frente ao que qualificou de "injustificada" agressão internacional.

"Conquistaremos a vitória final. Não nos renderemos, os derrotaremos de todos os modos; o povo líbio está preparado para a luta, seja curta ou longa, enfatizou Kadafi diante de uma multidão que fazia tremular bandeiras verdes e exibia grandes posteres com sua imagem.

O chefe de Estado falou a partir de uma instalação do complexo residencial de Bab El-Aziziya, no sul de Trípoli, de onde pronunciou outros discursos nas últimas semanas e que foi parcialmente destruído por mísseis ocidentais na noite de domingo.

"Estou aqui, em minhas casa, minha casa está aqui, estou em minha haima (tenda beduína)", afirmou, para em seguida recordar que os bombardeios dos países da Otan constituem uma violação da Carta das Nações Unidas, apesar de terem sido autorizados por uma resolução do Conselho de Segurança.

Após qualificar os agressores como "grupo de fascistas enlouquecidos que terminarão na lata de lixo da história", Kadafi reiterou para a televisão estatal que enfrentará o que denominou de "cruzada contra o Islã", e conclamou a "todos os exércitos islâmicos" a reunirem-se a essa luta.

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